Categoria [Artigos e Pesquisas – OSP]

A chacina do Guarujá: antigos problemas e novas tragédias

Em meio às notícias e destaques de mais uma tragédia, que impactou a população de São Paulo e as vítimas deste triste evento, o Observatório de Segurança Pública (OSP) traz de maneira breve, uma reflexão sobre a chacina no Guarujá e seus impactos na realidade. O objetivo é analisar este caso específico, e discutir com a opinião pública sobre os problemas envolvendo a segurança pública paulista, as forças policiais, mundo do crime e os territórios periféricos. Este texto foi escrito no dia 01 de agosto de 2023, sendo que após a escrita dele, é possível novos desdobramentos e mudanças da realidade, alterando a natureza dessa reflexão.

O crime produz segurança? Uma análise do dispositivo de proteção, segurança e administração de conflitos do Primeiro Comando da Capital nas periferias paulistas

Por Eduardo Dyna: Na sociedade brasileira, há muitos problemas envolvendo a segurança pública e a questão urbana, devido a um conjunto de questões sobre desigualdade social, racismo, repressão, violência, concentração de terra e renda, criminalidade, entre outros. É diante desse contexto que novos desdobramentos e resistências singulares foram criadas em territórios específicos, como a organização de presos, Primeiro Comando da Capital (PCC), surgida há 30 anos e que produz relações e impactos díspares na sociedade, atuando nos ilegalismos e agindo em territórios para preencher vácuos deixados pelo Estado, principalmente nas prisões e periferias.

Maternidades: algumas reflexões feministas

No Brasil, o segundo domingo do mês de maio foi escolhido - seguindo uma tradição norte-americana - como data comemorativa para o dia das mães. Historicamente celebrado no Brasil desde o início do século XX, a data foi oficializada em 1932 durante o governo provisório de Vargas. Cabe à nós, tendo se passado 91 anos desde sua oficialização, refletir sobre como esse dia é celebrado em sua teoria e em sua prática. 

Livro: Microquímica do poder: Uma análise genealógica dos psicofármacos contemporâneos

Microquímica do poder
Esta obra apresenta uma pesquisa qualitativa em fontes bibliográficas e fílmica para traçar as singularidades políticas e subjetivas dos psicofármacos. O autor apresenta um jogo de contrastes, uma comparação entre as relações de poder-saber-sujeição que atravessam a psiquiatria em dois intervalos históricos distintos: a constituição e a consolidação da psiquiatria na França do século XIX e a medicalização das práticas e saberes psiquiátricos e, em especial, o uso asilar de substâncias químicas com algum efeito psicoativo (denominadas de de “protopsicofármacos”) na atualidade, sobretudo o Prozac, o antidepressivo mais receitado no planeta.

Livro: Estado de exceção, sociedade punitiva e novas configurações da violência no Brasil contemporâneo

Os perigos do processo de normalização do estado de exceção no Brasil são tratados neste livro, em trabalhos que discutem o problema das fronteiras, a persistência da violência policial, da presença do chamado crime organizado nas periferias, a potência da cultura juvenil periférica, temas tradicionais da pesquisa na área, e também exploram a insidiosidade das capturas políticas na forma da microquímica do poder e das armadilhas das redes sociais, temas com sabor de novidade.

Artigo: O estado de exceção militarizado no Brasil. Zonas ambíguas entre forças armadas, polícias e milícias no contexto contemporâneo

Por Luís Antônio Francisco de Souza e Carlos Henrique Aguiar Serra: O presente artigo pretende refletir sobre as mudanças recentes no cenário político e institucional do Brasil. Uma das características predominantes do estado brasileiro é a tendência de tutela militar da segurança pública. Esta tutela vem se expressando, desde a ditadura de 1964-1985, de forma dupla: militarização das forças policiais e policialização das forças armadas. Ou seja, as forças armadas se colocaram como um elemento constitutivo da noção de ordem social e segurança do estado brasileiro. A tutela militar vem penetrando nas forças policiais, na segurança pública e em vários aspectos da vida institucional e política do país. Ou seja, além da já bem documentada politização dos militares durante toda a história da república, com o seu corolário intervencionista, estamos diante de uma militarização da política, processo inaudito na história do país. A partir de uma revisão bibliográfica e do debate público em torno do tema da segurança pública, discutem-se estas questões a partir da confluência da presença de militares na política e de grupos paramilitares organizados nas periferias urbanas. O artigo propõe que é possível compreender o momento presente a partir de um debate genealógico sobre estado de exceção como uma forma de governo de populações.