Estamira e os frágeis limiares heterotópicos de resistência à psiquiatria enquanto estratégia de governo biopolítico das diferenças
Tipo
Artigo
Resumo
O objetivo deste trabalho é averiguar as probabilidades de resistência à psiquiatria – enquanto um dispositivo biopolítico de governo das diferenças – presente nas falas e na existência da personagem Estamira, reproduzidas no documentário homônimo. Em termos metodológicos, utilizando as reflexões de Foucault e Butler, tomo Estamira como um documentário de inspiração genealógica, que permite a manifestação do discurso sujeitado e a apreensão das condições precárias da personagem – que sujeita-se e resite aos governos religioso, familiar (como instância de normalização disciplinar e psiquiátrica do sujeito) e médico-psiquiátrico de sua existência. Ao estabelecer-se em um lixão (enquanto um espaço heterotópico), essa mulher classificada como louca e diagnosticada como esquizofrênica apresenta, de maneira paradoxal, uma resistência mais lúcida e crítica contra as investidas do poder psiquiátrico.
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Palavras-chave
Cinema documental | Estamira | Psiquiatria | Governo | Diferenças
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Soares, S. de A. (2020). Estamira e os frágeis limiares heterotópicos de resistência à psiquiatria enquanto estratégia de governo biopolítico das diferenças. Plural, 27(1), 256-281.